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0005 – Postagem sobre a Lei de Deus: Nunca na história da raça humana algo assim aconteceu….

0005 - Postagem sobre a Lei de Deus: Nunca na história da raça humana algo assim aconteceu....

Nunca na história da raça humana algo assim aconteceu. Os gentios afirmam adorar o Deus das Escrituras, mas nem fazem questão de esconder que não obedecem às Suas leis. E vão mais além: se alguém decide seguir as leis do Pai, é acusado de rejeitar o Filho e, portanto, é considerado condenado. Como se Jesus tivesse morrido para salvar os rebeldes. Não caia nesse engano! O Pai só envia ao Filho os gentios que seguem as mesmas leis dadas à nação que Ele separou para Si com um pacto eterno. O Pai vê a fé e a coragem desse gentio, apesar dos desafios. Ele derrama Seu amor sobre ele, o une a Israel e o conduz ao Filho para perdão e salvação. Esse é o plano de salvação que faz sentido porque é verdadeiro. | “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” (João 6:37)


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0004 – Postagem sobre a Lei de Deus: Dizer que obedecer à Lei do Pai de Jesus é o mesmo…

0004 - Postagem sobre a Lei de Deus: Dizer que obedecer à Lei do Pai de Jesus é o mesmo...

Dizer que obedecer à Lei do Pai de Jesus é o mesmo que rejeitar a Jesus é uma das declarações mais ofensivas possíveis, e, ainda assim, é um dos jargões preferidos dos defensores da falsa doutrina do “favor imerecido”. A frase é absurda e enganosa, mas muitos gostam dela porque encoraja a desobediência às leis de Deus, enquanto cria a falsa impressão de que estão agradando a Deus. Não caia nessa mentira da serpente, cujo propósito desde o Éden tem sido sempre o mesmo: levar o ser humano a desobedecer a Deus. O que Jesus ensinou é que é o Pai quem nos envia ao Filho, e o Pai só envia quem segue as mesmas leis dadas à nação que Ele separou para Si com um pacto perpétuo. Deus não envia desobedientes ao Seu Filho. | “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” João 6:44


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0003 – Postagem sobre a Lei de Deus: Sempre que lemos nos quatro Evangelhos que é preciso…

0003 - Postagem sobre a Lei de Deus: Sempre que lemos nos quatro Evangelhos que é preciso...

Sempre que lemos nos quatro Evangelhos que é preciso crer em Jesus para ser salvo, os ouvintes eram judeus que já seguiam as leis de Deus entregues aos profetas do Antigo Testamento. Eles eram circuncidados, guardavam o sábado, usavam o tzitzit, mantinham a barba e não comiam alimentos impuros. O que lhes faltava era crer que Jesus era o Messias enviado pelo Pai. Em nenhum momento Jesus ensinou que, ao crer Nele, uma pessoa pode desobedecer às santas leis de Seu Pai e ainda assim herdar a vida eterna. Essa falsa doutrina foi criada por homens, inspirados pela serpente. Nenhum gentio será levado ao céu sem buscar seguir as mesmas leis que Jesus e Seus apóstolos seguiam. Não siga a maioria por ser numerosa. O fim já chegou! Obedeça enquanto há vida. | “Não acrescentem nem tirem coisa alguma aos mandamentos que eu lhes dou. Simplesmente obedeçam aos mandamentos do Senhor, seu Deus.” Deut 4:2


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0002 – Postagem sobre a Lei de Deus: Se Deus não considera o mérito das pessoas para levá-las…

0002 - Postagem sobre a Lei de Deus: Se Deus não considera o mérito das pessoas para levá-las...

Se Deus não considera o mérito das pessoas para levá-las ao céu, qual é o Seu critério? Em quem o sangue de Cristo é aplicado, se não for nas almas que sacrificaram os prazeres do mundo para segui-lo? Não foi isso que Jesus nos ordenou? Que perdêssemos a vida neste mundo para achá-la no céu? A doutrina do “favor imerecido” não possui uma gota de respaldo nas palavras de Jesus e, portanto, é falsa, ainda que seja antiga e popular. Essa heresia vem de homens inspirados pela serpente, com o intuito de convencer os gentios a desobedecer às leis de Deus entregues aos Seus profetas no Antigo Testamento e a Jesus. Desde o Éden, esse é o foco de Satanás. A salvação é individual. | “Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca.” Salmos 119:4


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0001 – Postagem sobre a Lei de Deus: Deus sabe que nenhuma criatura humana consegue obedecer…

0001 - Postagem sobre a Lei de Deus: Deus sabe que nenhuma criatura humana consegue obedecer...

Deus sabe que nenhuma criatura humana consegue obedecer perfeitamente às Suas leis sem nunca pecar. Por essa razão, desde o Éden, passando pelo Sinai e terminando no Calvário, o sacrifício expiatório faz parte do plano de restauração da humanidade. A defesa dos seguidores da doutrina do “favor imerecido”, de que não é necessário obedecer às leis do Antigo Testamento porque ninguém consegue, é completamente sem fundamento. O sangue do Cordeiro é reservado para aqueles que, ainda que sinceramente busquem seguir as leis de Deus, caem e necessitam de perdão. Nenhuma gota do sangue de Cristo se aplicará àqueles que ignoram descaradamente a santa e eterna Lei do Senhor. | “Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca.” (Salmos 119:4)


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Postagens Para Redes Sociais Sobre a Lei de Deus

Ícones de várias redes sociais em uma tela de computador.

Aqui você tem uma grande oportunidade de participar da obra de Deus aqui na terra. Criamos essa seção com centenas de postagens que enaltecem a santa e eterna Lei de Deus e encoraja os cristão a obedecer à Deus enquanto há tempo. Para usar, embaixo de cada postagem tem um link para copiar a imagem e texto, basta tocar/clicar e compartilhar. Não ignore essa oportunidade que o Senhor está lhe dando.

Acessar Postagens Sobre a Lei de Deus

Apêndice 7d: Perguntas e Respostas: Virgens, Viúvas e Divorciadas

Esta página faz parte da série sobre as uniões que Deus aceita e segue a seguinte sequência:

  1. Apêndice 7a: Virgens, Viúvas e Divorciadas: As Uniões que Deus Aceita.
  2. Apêndice 7b: A Carta de Divórcio: Verdades e Mitos.
  3. Apêndice 7c: Marcos 10:11-12 e a Falsa Igualdade no Adultério.
  4. Apêndice 7d: Perguntas e Respostas: Virgens, Viúvas e Divorciadas (Esta página).

Aqui, reunimos algumas das dúvidas mais frequentes sobre o que a Bíblia realmente ensina a respeito de casamento, adultério e divórcio. Nosso objetivo é esclarecer, com base nas Escrituras, interpretações equivocadas que têm sido propagadas ao longo do tempo, muitas vezes em contradição direta com os mandamentos de Deus. Todas as respostas seguem a perspectiva bíblica que preserva a coerência entre Antigo e Novo Testamento.

Dúvida: E Raabe? Ela era prostituta, mas se casou e faz parte da descendência de Jesus!

“Tudo quanto havia na cidade destruíram totalmente ao fio da espada — tanto homens como mulheres, meninos como velhos, também bois, ovelhas e jumentos” (Josué 6:21). Raabe era viúva quando se juntou aos israelitas. Josué jamais teria permitido que um judeu se casasse com uma mulher gentia e que não fosse virgem, a menos que ela se convertesse e fosse viúva, só assim estaria livre para se unir a outro homem, conforme a Lei de Deus.

Dúvida: Jesus não veio para perdoar os nossos pecados?

Sim, praticamente todos os pecados são perdoados quando a alma se arrepende e procura a Jesus, incluindo o adultério. Ao ser perdoado, porém, o indivíduo terá que sair do relacionamento adúltero em que se encontra. Isto se aplica a todos os pecados: o ladrão tem que parar de roubar, o mentiroso de mentir, o profano de profanar, etc. Da mesma forma, o adúltero não pode continuar no relacionamento adúltero e esperar que o pecado do adultério não mais exista.

Enquanto o primeiro homem da mulher viver, a alma dela está unida à dele. Quando ele morre, a alma dele volta para Deus (Eclesiastes 12:7) e só então a alma da mulher está livre para se unir à alma de outro homem, caso queira (Romanos 7:3). Deus não perdoa pecados antecipadamente, apenas os já ocorridos. Se a pessoa pede perdão a Deus na igreja, é perdoada, mas naquela mesma noite se deita com alguém que não é o seu cônjuge segundo Deus, ela voltou a adulterar.

Dúvida: A Bíblia não diz àquele que se converte: “Eis que tudo se fez novo”? Isto não quer dizer que posso começar do zero?

Não. Passagens que fazem referência à nova vida da pessoa convertida dizem respeito a como Deus espera que a pessoa viva após ter os seus pecados perdoados, e não que as consequências dos seus erros foram canceladas.

Sim, o apóstolo Paulo escreveu no verso 17 de 2 Coríntios 5: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”, como conclusão do que disse dois versos antes (verso 15): “E ele morreu, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”. Absolutamente nada a ver com Deus dando permissão à mulher para começar a sua vida amorosa do zero, como tantos líderes mundanos ensinam.

Dúvida: A Bíblia não diz que Deus não considera o tempo de ignorância?

A frase “tempo de ignorância” (Atos 17:30) foi usada por Paulo quando passava pela Grécia, dirigindo-se a um povo idólatra que nunca havia ouvido falar do Deus de Israel, da Bíblia ou de Jesus. Ninguém que está lendo este texto era ignorante destas coisas antes da sua conversão.

Além disso, esta passagem tem a ver com o arrependimento e o perdão de pecados. A Palavra nem de longe insinua que não existe perdão para o pecado do adultério. O problema é que muitos não querem apenas o perdão do adultério já cometido; eles querem também continuar no relacionamento adúltero, e isto Deus não aceita, seja homem ou mulher.

Dúvida: Por que não se fala nada dos homens? Homem não comete adultério?

Sim, o homem também comete adultério, e a punição no período bíblico era a mesma da mulher. Deus, no entanto, considera de maneira diferente como o adultério ocorre para os dois. Não existe conexão entre a virgindade masculina e a união entre casais. A mulher, e não o homem, é quem determina se um relacionamento é adultério ou não.

Segundo a Bíblia, o homem, casado ou solteiro, adultera sempre que tem relação com uma mulher que não é virgem ou viúva. Por exemplo, se um rapaz virgem de 25 anos se deita com uma jovem que não é virgem de 23 anos, o rapaz comete adultério, pois a jovem, segundo Deus, é mulher de um outro homem (Mateus 5:32; Romanos 7:3; Levítico 20:10; Deuteronômio 22:22–24).

Virgens, viúvas e mulheres não virgens na guerra
Referência Instrução
Números 31:17-18 Destruir todos os homens e as mulheres não virgens. As virgens devem ser mantidas vivas.
Juízes 21:11 Destruir todos os homens e as mulheres não virgens. As virgens devem ser mantidas vivas.
Deuteronômio 20:13-14 Destruir todos os homens adultos. As mulheres que restarem serão viúvas e virgens.

Dúvida: Então a mulher divorciada/separada não pode se casar enquanto o seu ex-marido não morrer, mas o homem não precisa esperar a sua ex-mulher morrer?

Não precisa. Pela lei de Deus, o homem que se separa da sua mulher com base bíblica (ver Mateus 5:32) pode casar-se com uma virgem ou viúva. A realidade, porém, é que, em quase todos os casos nos nossos dias, o homem se separa da sua esposa e se casa com uma mulher divorciada/separada, e ele então está em adultério, já que, para Deus, a sua nova mulher pertence a outro homem.

Dúvida: Já que o homem não comete adultério ao se casar com virgens ou viúvas, isso quer dizer que Deus aceita a poligamia hoje em dia?

Não. A poligamia não é permitida em nossos dias devido ao evangelho de Jesus e à sua aplicação mais rigorosa da Lei do Pai. A letra da Lei, dada desde a criação (τὸ γράμμα τοῦ νόμουto grámma tou nómou), estabelece que a alma de uma mulher está ligada a apenas um homem, mas não declara que a alma de um homem está ligada a apenas uma mulher. Por isso, nas Escrituras, o adultério é sempre caracterizado como um pecado contra o homem de uma mulher. Essa é a razão pela qual Deus nunca disse que os patriarcas e reis eram adúlteros, já que suas mulheres eram virgens ou viúvas quando se casaram.

Com a vinda do Messias, porém, recebemos o pleno entendimento do Espírito da Lei (τὸ πνεῦμα τοῦ νόμουto pneûma tou nómou). Jesus, como o único porta-voz vindo do céu (João 3:13; João 12:48–50; Mateus 17:5), ensinou que todos os mandamentos de Deus têm como base o amor e o bem das suas criaturas. A letra da Lei é a expressão; o Espírito da Lei é a sua essência.

No caso do adultério, ainda que a letra da Lei não proíba um homem de se relacionar com mais de uma mulher, desde que elas sejam virgens ou viúvas, o Espírito da Lei não permite tal prática. Por quê? Porque hoje isso causaria sofrimento e confusão para todos os envolvidos — e amar ao próximo como a nós mesmos é o segundo mandamento mais importante (Levítico 19:18; Mateus 22:39). No período bíblico, isso era algo culturalmente aceito e esperado; em nossos dias, é inaceitável sob todos os aspectos.

Dúvida: E se o casal separado decide voltar e restaurar o casamento, tudo bem?

Sim, o casal pode voltar desde que:

  1. O marido tenha sido, de fato, o primeiro homem da esposa, caso contrário o casamento não era válido, mesmo antes da separação.
  2. A mulher não tenha se deitado com outro homem durante o período em que esteve separada (Deuteronômio 24:1-4; Jeremias 3:1).

Essas respostas reforçam que o ensino bíblico sobre casamento e adultério é coerente e consistente do início ao fim das Escrituras. Ao seguir fielmente o que Deus determinou, evitamos distorções doutrinárias e preservamos a santidade da união estabelecida por Ele.


Apêndice 7c: Marcos 10:11-12 e a Falsa Igualdade no Adultério

Esta página faz parte da série sobre as uniões que Deus aceita e segue a seguinte sequência:

  1. Apêndice 7a: Virgens, Viúvas e Divorciadas: As Uniões que Deus Aceita.
  2. Apêndice 7b: A Carta de Divórcio: Verdades e Mitos.
  3. Apêndice 7c: Marcos 10:11-12 e a Falsa Igualdade no Adultério (Esta página).
  4. Apêndice 7d: Perguntas e Respostas: Virgens, Viúvas e Divorciadas.

O Significado de Marcos 10 na Doutrina do Divórcio

Esse artigo refuta interpretações erradas de Marcos 10:11-12, que sugerem que Jesus ensinou igualdade entre homens e mulheres no adultério ou que mulheres podiam iniciar divórcio no contexto judaico. Complementa Apêndice 7a: As Uniões que Deus Aceita.

PERGUNTA: Marcos 10:11-12 é prova de que Jesus mudou a lei de Deus sobre o divórcio?

RESPOSTA: Não é prova — nem de longe. O ponto mais importante contra a ideia de que, em Marcos 10:11–12, Jesus ensina que (1) a mulher também pode ser vítima de adultério e (2) que a mulher também pode se divorciar do marido, é o fato de que esse entendimento contradiz o ensino geral das Escrituras sobre esse tema.

Um princípio essencial na exegese teológica é que nenhuma doutrina deve ser construída com base em um único versículo. É necessário considerar todo o contexto bíblico, inclusive o que dizem outros livros e autores inspirados. Esse é um princípio fundamental para preservar a integridade doutrinária das Escrituras e impedir interpretações isoladas ou distorcidas.

Ou seja, esses dois entendimentos equivocados extraídos dessa frase em Marcos são sérios demais para que se afirme que, ali, Jesus mudou tudo o que Deus havia ensinado sobre o assunto desde os patriarcas.

Se essa fosse realmente uma nova instrução do Messias, ela deveria aparecer em outros lugares — e com mais clareza — especialmente no Sermão da Montanha, onde o tema do divórcio foi tratado. Teríamos algo como:
“Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: o homem pode deixar sua mulher e casar com outra virgem ou viúva. Eu, porém, vos digo: se deixar sua mulher para unir-se a outra, comete adultério contra a primeira…”

Mas isso, obviamente, não existe.

Exegese de Marcos 10:11-12

Marcos 10 é altamente contextual. A passagem foi escrita em um período em que o divórcio ocorria com o mínimo de regras, podendo ser iniciado por ambos os sexos — algo muito diferente da realidade dos tempos de Moisés ou Samuel. Basta considerar o motivo pelo qual João Batista foi preso. Essa era a Palestina de Herodes, não a dos patriarcas.

Nesse período, os judeus estavam fortemente influenciados pelos costumes da sociedade greco-romana, inclusive no que diz respeito a casamentos, aparência física, autoridade feminina, etc. (Comentamos sobre isso também no estudo sobre a Lei de Deus referente ao cabelo e barba: https://aleidedeus.org/apendice-4-o-cabelo-e-a-barba-do-cristao.)

A doutrina do divórcio por qualquer motivo

A doutrina do divórcio por qualquer motivo, ensinada pelo rabino Hillel, era resultado da pressão social exercida sobre os homens judeus, que, como é natural do ser humano caído, desejavam se livrar de suas esposas para se casar com outras mais atraentes, mais jovens ou de famílias mais afluentes.

Essa mentalidade, infelizmente, continua viva até hoje, inclusive dentro das igrejas, onde homens se separam de suas esposas para se unirem a outras — quase sempre também mulheres já separadas.

Três pontos linguísticos centrais

A passagem de Marcos 10:11 possui três palavras-chave que ajudam a esclarecer o real sentido do texto:

και λεγει αυτοις Ος εαν απολυση την γυναικα αυτου και γαμηση αλλην μοιχαται ἐπ’ αὐτήν

γυναικα (gynaika)

γυναίκα é o acusativo singular de γυνή, termo que, em contextos conjugais como Marcos 10:11, designa especificamente uma mulher casada — não uma mulher em sentido genérico. Isso mostra que a resposta de Jesus está centrada na violação da aliança matrimonial, e não em novos vínculos legítimos com viúvas ou virgens.

ἐπ’ (epí)

ἐπί é uma preposição que normalmente significa “sobre”, “junto” “em cima”, “dentro”, “com”. Embora algumas traduções optem por “contra” neste versículo, essa não é a nuance mais comum de ἐπί — especialmente à luz do contexto linguístico e teológico.

Na Bíblia mais usada no mundo, a NIV (New International Version), por exemplo, das 832 ocorrências de ἐπί, apenas 35 são traduzidas como “contra”; nas demais, a ideia expressa é “sobre”, “em cima”, “dentro”, “junto”, “com”.

αὐτήν (autēn)

αὐτήν é a forma acusativa singular feminina do pronome αὐτός. Na gramática do grego bíblico (koiné) de Marcos 10:11, a palavra “αὐτήν” (autēn – ela) não especifica a qual mulher Jesus está se referindo.

A ambiguidade gramatical surge porque há dois possíveis antecedentes:

  • τὴν γυναῖκα αὐτοῦ (“sua esposa”) — a primeira mulher
  • ἄλλην (“outra [mulher]”) — a segunda mulher

Ambas estão no feminino, singular, acusativo e aparecem dentro da mesma estrutura frasal, o que torna a referência de “αὐτήν” gramaticalmente ambígua.

Tradução contextualizada

Considerando o que se lê no original, a tradução mais coerente com o contexto histórico, linguístico e doutrinário seria:

“Qualquer um que se separa da sua esposa (γυναίκα) e se casa com outra — isto é, outra γυναίκα, outra mulher que já é esposa de alguém — comete adultério sobre/dentro/em cima/junto/com (ἐπί) ela.”

A ideia é clara: o homem que deixa sua esposa legítima e se une a outra mulher que também já era esposa de outro (portanto, não virgem), comete adultério com essa nova mulher — uma alma já unida a outro homem.

O verdadeiro significado do verbo “apolýō”

Quanto à ideia de que há suporte bíblico em Marcos 10:12 para um divórcio legal por parte da mulher — e que, assim, ela poderia se casar com outro homem — trata-se de uma interpretação anacrônica, sem respaldo no contexto bíblico original.

Primeiramente, porque nesse próprio verso Jesus conclui a frase dizendo que, se ela se unir a outro homem, os dois cometem adultério — exatamente como Ele afirma em Mateus 5:32. Mas, em termos linguísticos, esse equívoco nasce do verdadeiro significado do verbo traduzido como “divorciar” na maioria das Bíblias: ἀπολύω (apolýō).

A tradução como “divorciar” reflete costumes modernos, mas no período bíblico, ἀπολύω significava simplesmente: desapegar, libertar, soltar, mandar embora, entre outras ações físicas ou relacionais. No uso bíblico, ἀπολύω não carrega uma conotação jurídica — trata-se de um verbo que expressa separação, sem implicar formalidade legal.

Ou seja, Marcos 10:12 simplesmente afirma que, se uma mulher abandona seu marido e se une a outro homem enquanto o primeiro ainda está vivo, ela comete adultério — não por questões legais, mas porque rompe uma aliança ainda vigente.

Conclusão

A correta leitura de Marcos 10:11-12 preserva a coerência com todo o restante das Escrituras, que apresentam distinções entre virgens e mulheres casadas, e evita a introdução de doutrinas novas baseadas em uma única frase mal traduzida.


Apêndice 7b: A Carta de Divórcio: Verdades e Mitos

Esta página faz parte da série sobre as uniões que Deus aceita e segue a seguinte sequência:

  1. Apêndice 7a: Virgens, Viúvas e Divorciadas: As Uniões que Deus Aceita.
  2. Apêndice 7b: A Carta de Divórcio: Verdades e Mitos (Esta página).
  3. Apêndice 7c: Marcos 10:11-12 e a Falsa Igualdade no Adultério.
  4. Apêndice 7d: Perguntas e Respostas: Virgens, Viúvas e Divorciadas.

A “carta de divórcio” mencionada na Bíblia é frequentemente mal interpretada como uma autorização divina para dissolver casamentos e permitir novas uniões. Este artigo esclarece o verdadeiro significado de [סֵפֶר כְּרִיתוּת (sefer keritut) em Deuteronômio 24:1-4 e [βιβλίον ἀποστασίου (biblíon apostasíou)] em Mateus 5:31, refutando ensinos errados que sugerem que a mulher repudiada fica livre para se casar novamente. Com base nas Escrituras, mostramos que essa prática, tolerada por Moisés devido à dureza do coração humano, nunca foi um mandamento de Deus. Complementando Apêndice 7a: As Uniões que Deus Aceita, esta análise destaca que, segundo Deus, o casamento é uma união espiritual que liga a mulher ao marido até a morte dele, e a “carta de divórcio” não dissolve esse vínculo, mantendo a mulher vinculada enquanto ele viver.

PERGUNTA: O que é a carta de divórcio mencionada na Bíblia?

RESPOSTA: Que fique claro que, ao contrário do que a maioria dos líderes judeus e cristãos ensina, não existe nenhuma instrução divina sobre a tal “carta de divórcio” — e muito menos a ideia de que a mulher que a recebe esteja livre para um novo matrimônio.

Moisés menciona a “carta de divórcio” apenas como parte de uma ilustração em Deuteronômio 24:1-4, com o objetivo de conduzir ao verdadeiro mandamento contido na passagem: a proibição de o primeiro marido voltar a se deitar com sua ex-mulher caso ela tenha se deitado com outro homem (ver Jeremias 3:1). A propósito, o primeiro marido até poderia recebê-la de volta — mas não podia mais ter relações com ela, como vemos no caso de Davi e das concubinas violadas por Absalão (2 Samuel 20:3).

A principal evidência de que Moisés está apenas ilustrando uma situação é a repetição da conjunção כִּי (ki, “se”) no texto: Se um homem toma uma mulher… Se ele acha nela algo indecente [עֶרְוָה, ervah, “nudez”]… Se o segundo marido morrer… Moisés constrói um cenário possível como instrumento de retórica.

Jesus foi claro ao dizer que Moisés não proibiu o divórcio, mas isso não significa que aquela passagem seja uma autorização formal. De fato, não há nenhuma passagem em que Moisés autorize o divórcio. Ele apenas adotou uma postura passiva diante da dureza do coração do povo — um povo recém-saído de cerca de 400 anos de escravidão.

Esse entendimento equivocado de Deuteronômio 24 é muito antigo. Nos dias de Jesus, o rabino Hillel e seus seguidores também extraíram dessa passagem algo que não está lá: a ideia de que o homem pode mandar sua mulher embora por qualquer motivo. (O que “nudez” עֶרְוָה tem a ver com “qualquer motivo”?)

Jesus, então, corrigiu esses erros:

1. Ele enfatizou que πορνεία (porneía — algo indecente) é o único motivo aceitável.
2. Deixou claro que Moisés apenas tolerou o que faziam com as mulheres, por causa da dureza do coração dos homens de Israel.
3. No Sermão da Montanha, ao mencionar a “carta de divórcio” e concluir com a expressão “Eu, porém, vos digo”, Jesus proibiu o uso desse instrumento jurídico para a separação de almas (Mateus 5:31-32).

NOTA: A palavra πορνεία (porneía) no grego é o equivalente ao עֶרְוָה (ervah) no hebraico. No hebraico significava “nudez” e no grego foi ampliada para “algo indecente”. Porneía não inclui adultério [μοιχεία (moicheía)] porque no período bíblico a pena era de morte. Em Mateus 5:32, Jesus usou as duas palavras na mesma frase, indicando serem duas coisas diferentes.

 

É importante frisar que, se Moisés não ensinou nada sobre o divórcio, é porque Deus não o instruiu a fazê-lo — afinal, Moisés era fiel e dizia apenas o que ouvia de Deus.

A expressão sefer keritut, que significa literalmente “livro de separação” ou “carta de divórcio”, aparece apenas uma vez em toda a Torá — justamente em Deuteronômio 24:1-4. Ou seja, em nenhum lugar Moisés ensinou que os homens deveriam usar essa carta para mandar suas esposas embora. Isso indica que se tratava de uma prática já existente, herdada do período de cativeiro no Egito. Moisés apenas mencionou algo que já era feito, mas não o instruiu como mandamento divino. Vale lembrar que o próprio Moisés, cerca de quarenta anos antes, viveu no Egito e certamente conhecia esse tipo de instrumento jurídico.

Fora da Torá, o Tanach também usa sefer keritut apenas duas vezes — ambas de forma metafórica, referindo-se à relação entre Deus e Israel (Jeremias 3:8 e Isaías 50:1).

Nesses dois usos simbólicos não há qualquer indicação de que, por Deus ter dado uma “carta de divórcio” a Israel, a nação estaria livre para se unir a outros deuses. Pelo contrário, a traição espiritual é condenada em todo o texto. Ou seja, nem simbolicamente essa “carta de divórcio” permite uma nova união da mulher.

Jesus também nunca reconheceu essa carta como algo autorizado por Deus para legalizar a separação entre almas. As duas vezes que ela aparece nos Evangelhos são em Mateus — e uma vez no paralelo de Marcos (Marcos 10:4):

1. Mateus 19:7-8: os fariseus a mencionam, e Jesus responde que Moisés apenas permitiu (epétrepsen) o uso da carta por causa da dureza do coração deles — ou seja, não foi mandamento de Deus.
2. Mateus 5:31-32, no Sermão da Montanha, quando Jesus diz:

“Foi dito: ‘Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que repudiar sua mulher, a não ser por causa de porneía, a faz adulterar; e quem se casa com a repudiada comete adultério.”

Portanto, essa tal “carta de divórcio” nunca foi uma autorização divina, mas apenas algo tolerado por Moisés diante da dureza do povo. Nenhuma parte das Escrituras dá suporte à ideia de que, ao receber essa carta, a mulher estaria espiritualmente desligada e livre para se unir a outro homem. Essa ideia não possui respaldo na Palavra e se trata de um mito.  O ensino de Jesus, claro e direto, confirma essa verdade.


Apêndice 7a: Virgens, Viúvas e Divorciadas: As Uniões que Deus Aceita

Esta página faz parte da série sobre as uniões que Deus aceita e segue a seguinte sequência:

  1. Apêndice 7a: Virgens, Viúvas e Divorciadas: As Uniões que Deus Aceita (Esta página).
  2. Apêndice 7b: A Carta de Divórcio: Verdades e Mitos.
  3. Apêndice 7c: Marcos 10:11-12 e a Falsa Igualdade no Adultério.
  4. Apêndice 7d: Perguntas e Respostas: Virgens, Viúvas e Divorciadas.

A Origem do Casamento na Criação

É de conhecimento geral que o primeiro casamento ocorreu logo após o Criador ter feito uma fêmea [נְקֵבָה (nᵉqēvāh)] para ser companheira do primeiro ser humano, um macho [זָכָר (zākhār)]. Macho e fêmea — esses são os termos que o próprio Criador usou tanto para os animais quanto para os seres humanos (Gênesis 1:27). O relato em Gênesis diz que esse macho, criado à imagem e semelhança de Deus, observou que nenhuma das fêmeas entre as outras criaturas da terra se parecia com ele. Nenhuma lhe atraía, e ele desejou uma companheira. A expressão no original é [עֵזֶר כְּנֶגְדּוֹ (ʿēzer kᵉnegdô)], que significa “ajudadora compatível”. E o Senhor percebeu a necessidade de Adão e decidiu criar para ele uma fêmea, a versão feminina do seu corpo: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele uma ajudadora compatível” (Gênesis 2:18). Eva foi então feita a partir do corpo de Adão.

A Primeira União Segundo a Bíblia

Assim, a primeira união de almas aconteceu: sem cerimônia, sem votos, sem testemunhas, sem festa, sem cartório e sem oficiante. Deus simplesmente entregou a mulher ao homem, e essa foi a sua reação: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada” (Gênesis 2:23). Logo adiante, lemos que Adão teve relações [יָדַע (yāḏaʿ) — conhecer, ter relação sexual] com Eva e a engravidou. Essa mesma expressão (conhecer), ligada à gravidez, é também usada depois com a união de Caim e sua mulher (Gênesis 4:17). Todas as uniões mencionadas na Bíblia consistem simplesmente de um homem tomando para si uma virgem (ou viúva) e tendo relações com ela — quase sempre usando a expressão “conhecer” ou “entrar” — o que confirma que a união de fato ocorreu. Em nenhum relato bíblico é dito que houve qualquer cerimônia, seja de caráter religioso ou civil.

Quando Ocorre a União aos Olhos de Deus?

A questão central é: quando Deus considera que houve um casamento? Existem três opções possíveis — uma bíblica e verdadeira e duas falsas e de fabricação humana.

1. A Opção Bíblica

Deus considera casados o homem e a mulher no momento em que a mulher virgem tem sua primeira relação consensual com ele. Se ela já teve outro homem, a união só pode acontecer se o anterior tiver morrido.

2. A Opção Falsa Relativista

Deus considera que a união ocorre quando o casal decidir. Ou seja, o homem ou a mulher podem ter quantos parceiros sexuais quiserem, mas apenas no dia em que os dois decidirem que o relacionamento ficou sério, talvez porque vão morar juntos, é que Deus considera os dois como uma só carne. Neste caso seria a criatura e não o Criador que decide quando a alma de um homem está ligada à alma de uma mulher. Não existe a menor base bíblica para este entendimento.

3. A Opção Falsa Mais Comum

Deus só considera que houve uma união quando ocorre uma cerimônia. Esta opção não é muito diferente da segunda, pois na prática a única coisa que mudou foi a adição de um terceiro ser humano no processo, que pode ser um juiz de paz, um funcionário do cartório, um padre, um pastor, etc. Nesta opção, o casal também pode ter tido vários parceiros sexuais no passado, mas só agora que se colocou de frente a um líder é que Deus considera que as duas almas estão unidas.

A Ausência de Cerimônias nas Festas de Casamento

Deve-se observar que a Bíblia menciona quatro festas de casamento, mas em nenhum dos relatos se menciona uma cerimônia para oficializar ou abençoar a união. Não existe ensinamento que um rito ou processo externo é necessário para que a união seja válida diante de Deus (Gênesis 29:21-28; Juízes 14:10-20; Ester 2:18; João 2:1-11). A confirmação da união ocorre quando uma virgem tem relação sexual consensual com seu primeiro homem (a consumação). A ideia de que Deus só une o casal quando os dois se apresentam diante de um líder religioso ou juiz de paz não possui qualquer respaldo nas Escrituras.

O Adultério e a Lei de Deus

Desde o início, Deus proibiu o adultério, que se refere a uma mulher ter relações com mais de um homem. Isso porque a alma da mulher só pode se unir a um homem por vez aqui na terra. Não há limite de quantos homens uma mulher pode ter durante a vida, mas cada novo relacionamento só pode ocorrer se o anterior estiver encerrado pela morte, porque só então a alma do homem retornou a Deus, de onde veio (Eclesiastes 12:7). Ou seja, ela precisa ser viúva para se unir a outro homem. Essa verdade é facilmente confirmada nas Escrituras, como quando o rei Davi mandou buscar Abigail somente depois que soube da morte de Nabal (1 Samuel 25:39-40); quando Boaz tomou Rute como esposa, porque soube que seu marido, Malom, havia morrido (Rute 4:13) e quando Judá instruiu seu segundo filho, Onã, a casar com Tamar para gerar descendentes em nome do irmão falecido (Gênesis 38:8). Ver também: Mateus 5:32; Romanos 7:3.

Homem e Mulher: Diferenças no Adultério

Algo que é claramente observável nas Escrituras é que não existe adultério contra a mulher, mas apenas contra o homem. A ideia ensinada por muitas igrejas — de que, ao se separar de uma mulher e casar com outra virgem ou viúva, o homem comete adultério contra sua ex-mulher — não tem apoio na Bíblia, mas sim nas convenções sociais.

Prova disso são os vários exemplos de servos do Senhor que passaram por múltiplos casamentos com virgens e viúvas, sem a reprovação de Deus — inclusive o exemplo de Jacó, que teve quatro esposas, das quais vieram as doze tribos de Israel e o próprio Messias. Nunca foi dito que Jacó cometia adultério com cada nova mulher.

Um outro exemplo bem conhecido foi o adultério de Davi. O profeta Natã não falou nada sobre ter havido adultério contra alguma mulher do rei quando ele teve relações com Bate-Seba (2 Samuel 12:9), mas apenas contra Urias, o seu marido. Lembrando que Davi já era casado com Mical, Abigail e Aionã (1 Samuel 25:42). Ou seja, adultério é sempre contra um homem e nunca contra uma mulher.

Alguns líderes gostam de afirmar que Deus iguala homens e mulheres em tudo, mas isso não reflete o que é observado nos quatro mil anos abrangidos pelas Escrituras. Simplesmente não existe sequer um exemplo na Bíblia em que Deus censurou um homem por ter cometido adultério contra a sua mulher.

Isso não quer dizer que o homem não comete adultério, mas que Deus considera o adultério do homem e da mulher de forma diferente. A punição bíblica era a mesma para os dois (Levítico 20:10; Deuteronômio 22:22–24), mas não há ligação entre virgindade masculina e casamento. A mulher, e não o homem, é quem determina se há adultério ou não. Segundo a Bíblia, o homem adultera sempre que tem relação com uma mulher que não é virgem ou viúva. Por exemplo, se um rapaz virgem de 25 anos se deita com uma jovem de 23 anos que já teve outro homem, ele comete adultério — pois, segundo Deus, essa jovem é mulher de outro homem (Mateus 5:32; Romanos 7:3; Números 5:12) .

O Casamento Levirato e a Preservação da Linhagem

Esse princípio da mulher só poder se unir a outro homem após a morte do primeiro também é confirmado na lei do levirato, dada por Deus para preservar os bens das famílias: “Se dois irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem deixar filhos, a mulher do falecido não se casará com um estranho fora da família. Seu cunhado irá até ela, tomá-la por esposa e cumprirá o dever de cunhado para com ela…” (Deuteronômio 25:5-10. Ver também Gênesis 38:8; Rute 1:12-13; Mateus 22:24). Observe que essa lei deveria ser cumprida mesmo que o cunhado já tivesse outra esposa. No caso de Boaz, ele chegou a oferecer Rute a um parente mais próximo, mas o homem não quis, pois não desejava adquirir mais uma mulher e ter que dividir sua herança: “No dia em que comprares o campo da mão de Noemi, também adquirirás Rute, a moabita, mulher do falecido, para gerar filhos e ela participar da sua herança” (Rute 4:5).

A Perspectiva Bíblica sobre o Casamento

A visão bíblica do casamento, conforme apresentada nas Escrituras, é clara e distinta das tradições humanas modernas. Deus estabeleceu o casamento como uma união espiritual selada pela consumação entre um homem e uma mulher virgem ou viúva, sem a necessidade de cerimônias, oficiantes ou ritos externos.

Isso não significa que a Bíblia proíba cerimônias como parte dos casamentos, mas deve ficar claro que elas não são nem um requisito nem uma confirmação de que uma união de almas ocorreu segundo a lei de Deus.

A união é considerada válida aos olhos de Deus somente no momento da relação consensual, refletindo a ordem divina de que a mulher se una a apenas um homem por vez, até que a morte dissolva esse vínculo. A ausência de cerimônias nas festas de casamento descritas na Bíblia reforça que o foco está na aliança íntima e no propósito divino de continuidade da linhagem, não em formalidades humanas.

Conclusão

À luz de todos esses relatos e princípios bíblicos, fica evidente que a definição de casamento por Deus está fundamentada em Seu próprio desígnio, não em tradições humanas ou formalidades legais. O Criador estabeleceu o padrão desde o início: um casamento é selado aos Seus olhos quando um homem se une em relações consensuais com uma mulher que está livre para se casar — ou seja, que é virgem ou viúva. Embora cerimônias civis ou religiosas possam servir como declarações públicas, elas não têm peso para determinar se uma união é válida perante Deus. O que importa é a obediência à Sua ordem, o respeito pela santidade do vínculo matrimonial e a fidelidade aos Seus mandamentos, que permanecem imutáveis, independentemente de mudanças culturais ou opiniões humanas.