Apêndice 1: O Mito dos 613 Mandamentos

O MITO DOS 613 MANDAMENTOS E OS VERDADEIROS MANDAMENTOS QUE TODO SERVO DE DEUS DEVE BUSCAR OBEDECER

EQUÍVOCOS COMUNS

Muitas vezes, quando publicamos textos sobre a necessidade de obedecer a todos os mandamentos do Pai e do Filho para a salvação, alguns leitores se irritam e respondem com comentários como: “Se for assim, teremos que guardar todos os 613 mandamentos!”

Tais comentários revelam que a maioria das pessoas não faz ideia de onde surgiu esse número misterioso de mandamentos — que ninguém jamais viu na Bíblia — ou do que ele realmente se trata.

EXPLICANDO A ORIGEM DO MITO

FORMATO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS

Neste estudo, explicaremos a origem desse mito em um formato de perguntas e respostas.

Também esclareceremos quais são os verdadeiros mandamentos de Deus, conforme contidos nas Sagradas Escrituras, que toda pessoa que teme a Deus Pai e espera ser enviada ao Seu Filho para a remissão dos pecados deve buscar obedecer.

Pergunta: O que são os chamados 613 mandamentos?
Resposta: Os 613 mandamentos (613 Mitzvot) foram inventados por rabinos no século XII d.C. para os judeus praticantes. Seu principal autor foi o rabino e filósofo espanhol Moisés Maimônides (1135–1204), também conhecido como Rambam.

Pergunta: Existem realmente 613 mandamentos nas Escrituras?
Resposta: Não. Os verdadeiros mandamentos do Senhor são poucos e simples de obedecer. O diabo inspirou esse mito como parte de seu plano de longo prazo para convencer a humanidade a abandonar a obediência ao Senhor. Essa estratégia está em ação desde o Éden.

Pergunta: De onde veio o número 613?
Resposta: Esse número tem origem na tradição rabínica e no conceito de numerologia hebraica, que atribui um valor numérico a cada letra do alfabeto. Uma dessas tradições afirma que a palavra tzitzit (ציצית), que significa franjas ou cordões (ver Números 15:37-39), tem uma soma numérica de 613 quando suas letras são adicionadas.

Especificamente, segundo o mito, essas franjas teriam um valor numérico inicial de 600. Somando oito fios e cinco nós, chega-se ao total de 613, número que supostamente corresponderia ao total de mandamentos da Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia).

Vale ressaltar que o uso do tzitzit é um mandamento legítimo que deve ser obedecido por todos, mas essa conexão com os 613 mandamentos é pura invenção. É uma das muitas “tradições dos anciãos” mencionadas e condenadas por Jesus (ver Mateus 15:1-20). [Veja o estudo sobre o tzitzit]

Pergunta: Como conseguiram tantos mandamentos para atingir o número 613 a partir do tzitzit (franjas)?
Resposta: Com muita dificuldade e criatividade. Eles dividiram mandamentos verdadeiros em vários menores para inflar a contagem. Também incluíram inúmeros mandamentos relacionados a sacerdotes, ao Templo, à agricultura, à pecuária, às festividades e muito mais.

Pergunta: Quais são os verdadeiros mandamentos que devemos nos esforçar para obedecer?
Resposta: Além dos Dez Mandamentos, há alguns outros, todos simples de obedecer. Alguns são específicos para homens ou mulheres, outros para a comunidade, e alguns para grupos específicos, como agricultores e criadores de animais. Muitos mandamentos não se aplicam aos cristãos porque são exclusivos para os descendentes da tribo de Levi ou estão ligados ao Templo em Jerusalém, que foi destruído em 70 d.C.

Precisamos entender que agora, nos tempos finais, Deus está chamando todos os Seus filhos fiéis para se prepararem, pois a qualquer momento Ele nos tirará deste mundo corrupto. Deus levará apenas aqueles que se esforçam para obedecer a todos os Seus mandamentos, sem exceção.

Moisés ao lado de Josué, ensinando a Lei de Deus (todos os Seus mandamentos) ao povo de Israel no Sinai.
Além dos Dez Mandamentos, há alguns outros mandamentos, todos simples de obedecer. Deus instruiu Moisés a nos ensinar o que o Senhor espera de nós.

Não siga os ensinamentos e exemplos de seus líderes, mas siga apenas o que Deus ordenou. Os gentios não estão isentos de nenhum mandamento de Deus:
“A assembleia terá as mesmas leis para vocês e para o gentio [גֵּר gēr (estrangeiro, forasteiro, não judeu)] que reside entre vocês; isto será um decreto perpétuo para todas as suas gerações: perante o Senhor, será o mesmo para vocês e para o gentio que reside entre vocês. A mesma lei e ordenança se aplicarão tanto a vocês quanto ao gentio que reside entre vocês” (Números 15:15-16).

O termo “gentio que reside entre vocês” refere-se a qualquer não judeu que deseja se unir ao povo escolhido de Deus e ser salvo:
“Vocês adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus (João 4:22).

Abaixo estão os mandamentos mais ignorados pelos cristãos, todos eles seguidos por Jesus, Seus apóstolos e discípulos. Jesus é o nosso exemplo.

MANDAMENTOS PARA O HOMEM:

MANDAMENTO PARA A MULHER:

  • Abstinência de relações durante a menstruação:
    “Se um homem se deitar com uma mulher no tempo da sua impureza e descobrir sua nudez… ambos serão eliminados do meio do seu povo” (Levítico 20:18).

MANDAMENTOS PARA A COMUNIDADE:

  • Descanso sabático: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás… mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus” (Êxodo 20:8-11).
    [Acesse o estudo sobre o sábado]
  • Alimentos proibidos: “Dos animais que vivem na terra, estes são os que podereis comer…” (Levítico 11:1-46).
    [Acesse o estudo sobre as carnes proibidas]

Pergunta: Em suas cartas (epístolas), Paulo não disse que Jesus obedeceu todos os mandamentos por nós e os cancelou com Sua morte?
Resposta: Absolutamente não. O próprio Paulo ficaria horrorizado ao ver o que os pastores estão ensinando nas igrejas usando seus escritos. Nenhum ser humano, incluindo Paulo, recebeu autoridade de Deus para mudar sequer uma única letra de Sua santa e eterna Lei.

Se isso fosse verdade, tanto os profetas quanto Jesus teriam sido claros ao dizer que Deus enviaria um certo homem de Tarso com essa autoridade. No entanto, o fato é que Paulo não é mencionado em nenhuma profecia — nem pelos profetas no Tanach (Antigo Testamento) nem pelo Messias nos quatro Evangelhos. Um assunto tão importante não teria sido deixado sem esclarecimento por Deus.

Os profetas mencionam apenas três indivíduos que apareceram no período do Novo Testamento: Judas (Salmoss 41:9), João Batista (Isaías 40:3) e José de Arimateia (Isaías 53:9). Não há qualquer referência a Paulo, e isso ocorre porque ele não ensinou nada que acrescentasse ou contradissesse o que já havia sido revelado pelos profetas ou por Jesus.

Qualquer cristão que acredita que Paulo mudou algo do que foi previamente escrito precisa reconsiderar sua compreensão para se alinhar aos profetas e a Jesus — e não o contrário, como a maioria faz.

Se alguém não consegue fazer os escritos de Paulo se encaixarem com os profetas e com Jesus, é melhor deixá-los de lado do que desobedecer a Deus baseando-se na interpretação das palavras de qualquer homem. Esse argumento não será aceito como desculpa no julgamento final.

Ninguém convencerá o Juiz dizendo: “Sou inocente por ter ignorado Seus mandamentos, pois segui Paulo.”

Eis o que foi revelado sobre os tempos finais:
“Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apocalipse 14:12).

Pergunta: O Espírito Santo não inspirou mudanças e cancelamentos na Lei de Deus?
Resposta: Tal ideia beira a blasfêmia. O Espírito Santo é o próprio Espírito de Deus. Jesus deixou claro que o envio do Espírito Santo tinha como propósito nos instruir, relembrando-nos do que Ele já havia dito:
“Ele (o Espírito) vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que eu vos disse” (João 14:26).

Não há nenhuma menção de que o Espírito Santo traria uma nova doutrina que não tivesse sido ensinada pelo Filho ou pelos profetas do Pai. A salvação é o tema mais importante das Escrituras Sagradas, e toda a informação necessária já havia sido entregue pelos profetas e por Jesus:
“Pois eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, me ordenou [εντολη (entolē) — mandamento, regra, instrução] o que dizer e o que falar. Sei que Seu mandamento [entolē] conduz à vida eterna. Assim, tudo o que digo é exatamente o que o Pai me disse para dizer” (João 12:49-50).

Há uma continuidade nas revelações que termina com Cristo. Sabemos disso porque, conforme já mencionado, não há profecias sobre o envio de nenhum ser humano com novas doutrinas primárias após o Messias. As únicas revelações após a ressurreição tratam dos eventos do fim dos tempos, e não há nada sobre novas doutrinas de Deus surgindo entre Jesus e o fim do mundo.

Todos os mandamentos de Deus são contínuos e eternos, e seremos julgados por eles. Aqueles que agradaram ao Pai foram enviados ao Filho para serem redimidos por Ele. Aqueles que desobedeceram aos mandamentos do Pai não O agradaram e, por isso, não foram enviados ao Filho:
“Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai não lhe for concedido” (João 6:65).




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