Esta página faz parte de uma série que explora as leis de Deus que só podiam ser obedecidas enquanto o Templo estava presente em Jerusalém.
- Apêndice 8a: As Leis de Deus Que Exigem o Templo
- Apêndice 8b: Os Sacrifícios — Por Que Eles Não Podem Ser Obedecidos Hoje
- Apêndice 8c: As Festas Bíblicas — Por Que Nenhuma Delas Pode Ser Obedecida Hoje
- Apêndice 8d: As Leis de Purificação — Por Que Elas Não Podem Ser Obedecidas Sem o Templo
- Apêndice 8e: Dízimos e Primícias — Por Que Eles Não Podem Ser Obedecidos Hoje
- Apêndice 8f: A Santa Ceia — A Última Ceia Foi a Páscoa
- Apêndice 8g: As Leis do Nazireado e dos Votos — Por Que Elas Não Podem Ser Obedecidas Hoje
- Apêndice 8h: Obediência Parcial e Simbólica Ligada ao Templo
- Apêndice 8i: A Cruz e o Templo (Esta página).
A cruz e o Templo não são inimigos, e não são duas “fases” em que uma cancela a outra. A Lei de Deus é eterna (Salmos 119:89; 119:160; Malaquias 3:6). O sistema do Templo, com seus sacrifícios, sacerdotes e leis de pureza, foi dado por essa mesma Lei eterna. A morte de Jesus não aboliu um único mandamento. Ela revelou a verdadeira profundidade daquilo que esses mandamentos já estavam dizendo. O Templo não foi destruído para acabar com os sacrifícios, mas como juízo pela desobediência (2 Crônicas 36:14-19; Jeremias 7:12-14; Lucas 19:41-44). A nossa tarefa é manter essas verdades unidas sem inventar uma nova religião que substitui a Lei de Deus por ideias humanas sobre a cruz.
The apparent conflict: the Lamb and the altar
À primeira vista, parece haver um conflito:
- De um lado, a Lei de Deus ordenando sacrifícios, ofertas e serviço sacerdotal (Levítico 1:1-2; Êxodo 28:1).
- Do outro, Jesus apresentado como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29; 1 João 2:2).
Muitas pessoas correm para uma conclusão que as Escrituras nunca fazem: “Se Jesus é o Cordeiro, então os sacrifícios acabaram, o Templo terminou, e a Lei que os ordenava já não importa.”
Mas o próprio Jesus recusou essa lógica. Ele disse claramente que não veio para abolir a Lei nem os Profetas, e que nem o menor traço cairia da Lei até que o céu e a terra passem (Mateus 5:17-19; Lucas 16:17). O céu e a terra ainda estão aqui. A Lei de Deus continua em vigor. Os mandamentos sobre sacrifícios, ofertas e o Templo nunca foram revogados por Seus lábios.
A cruz não apaga as leis do Templo. A cruz revela para o que elas realmente apontavam.
Jesus as the Lamb of God — fulfillment without cancellation
Quando João chamou Jesus de “o Cordeiro de Deus” (João 1:29), ele não estava anunciando o fim do sistema de sacrifícios. Estava declarando o verdadeiro sentido de todo sacrifício que já havia sido oferecido com fé. O sangue de animais nunca teve poder em si mesmo (1 Pedro 1:19-20). Seu poder vinha da obediência a Deus e daquilo que representava: o sacrifício futuro do verdadeiro Cordeiro. Deus não diz uma coisa e depois Se contradiz (Números 23:19).
Desde o começo, o perdão sempre dependeu de duas coisas agindo juntas:
- Obediência ao que Deus ordenou (Deuteronômio 11:26-28; Ezequiel 20:21)
- A provisão que o próprio Deus estabeleceu para a purificação (Levítico 17:11; Hebreus 9:22)
No antigo Israel, os obedientes iam ao Templo, apresentavam sacrifícios como a Lei exigia e recebiam uma purificação real, mas temporária, dentro da aliança. Hoje, os obedientes são conduzidos pelo Pai ao verdadeiro Cordeiro, Jesus, para uma purificação eterna (João 6:37; 6:39; 6:44; 6:65; 17:6). O padrão é o mesmo: Deus nunca purifica os rebeldes (Isaías 1:11-15).
O fato de Jesus ser o verdadeiro Cordeiro não rasga os mandamentos sobre sacrifício. Ele prova que Deus nunca esteve brincando com símbolos. Tudo no Templo era sério, e tudo apontava para algo real.
Why sacrifices continued after the Cross
Se Deus tivesse a intenção de abolir os sacrifícios no exato momento em que Jesus morreu, o Templo teria caído naquele mesmo dia. Em vez disso, o que aconteceu?
- O véu do Templo foi rasgado (Mateus 27:51), mas o edifício permaneceu de pé enquanto o culto continuava ali (Atos 2:46; 3:1; 21:26).
- Os sacrifícios e os ritos do Templo continuaram diariamente (Atos 3:1; 21:26), e toda a narrativa de Atos pressupõe um santuário em funcionamento.
- O sacerdócio continuou servindo (Atos 4:1; 6:7).
- As festas continuaram a ser observadas em Jerusalém (Atos 2:1; 20:16).
- Mesmo depois da ressurreição, os que criam em Jesus ainda eram vistos no Templo (Atos 2:46; 3:1; 5:20-21; 21:26), e milhares de judeus que criam nele eram “todos zelosos pela Lei” (Atos 21:20).
Nada na Lei, nada nas palavras de Jesus e nada nos profetas anunciou que os sacrifícios se tornariam, de repente, pecaminosos ou inválidos assim que o Messias morresse. Não há profecia dizendo: “Depois que meu Filho morrer, vocês deixarão de trazer animais, pois minha Lei sobre sacrifícios foi abolida.”
Em vez disso, os serviços do Templo continuaram porque Deus não é de falar com duas línguas (Números 23:19). Ele não declara algo como santo e depois, em silêncio, passa a tratá-lo como impuro só porque Seu Filho morreu. Se os sacrifícios tivessem se tornado rebelião no momento em que Jesus morreu, Deus teria dito isso claramente. Ele não disse.
A continuação do serviço do Templo depois da cruz mostra que Deus nunca cancelou nenhum mandamento ligado ao santuário. Cada oferta, cada rito de purificação, cada dever sacerdotal e cada ato nacional de culto continuou em vigor porque a Lei que os estabeleceu permaneceu inalterada.
The symbolic nature of the sacrificial system
Todo o sistema sacrificial era simbólico em sua estrutura, não porque fosse opcional ou sem autoridade, mas porque apontava para realidades que só o próprio Deus, um dia, traria à plena conclusão. As curas que ele confirmava eram temporárias — quem era curado podia adoecer de novo. As purificações cerimoniais restauravam a pureza apenas por um tempo — a impureza podia voltar. Até os sacrifícios pelo pecado traziam perdão que precisava ser buscado repetidas vezes. Nada disso era a remoção final do pecado ou da morte; eram símbolos ordenados por Deus apontando para o dia em que Ele destruiria a morte para sempre (Isaías 25:8; Daniel 12:2).
A cruz tornou essa finalidade possível, mas o verdadeiro fim do pecado só será visto depois do juízo final e da ressurreição, quando os que fizeram o bem ressuscitarem para a vida e os que praticaram o mal ressuscitarem para a condenação (João 5:28-29). Só então a morte será tragada para sempre. Como os serviços do Templo eram símbolos apontando para realidades eternas, e não as realidades em si, a morte de Jesus não os tornou desnecessários. Eles permaneceram em vigor até que Deus removeu o Templo em juízo — não porque a cruz os cancelou, mas porque Deus decidiu cortar os símbolos, enquanto as realidades para as quais apontavam ainda aguardam Sua conclusão final no fim dos tempos.
How forgiveness works today
Se os mandamentos sobre sacrifícios nunca foram abolidos e se o sistema do Templo continuou mesmo depois da cruz — até que o próprio Deus o pôs fim no ano 70 d.C., surge uma pergunta natural: Como alguém pode ser perdoado hoje? A resposta está no mesmo padrão que Deus estabeleceu desde o princípio. O perdão sempre veio pela obediência aos mandamentos de Deus (2 Crônicas 7:14; Isaías 55:7) e pelo sacrifício que o próprio Deus designou (Levítico 17:11). No antigo Israel, os obedientes recebiam purificação cerimonial no altar em Jerusalém, que a Lei realizava principalmente por meio do derramamento de sangue (Levítico 4:20; 4:26; 4:31; Hebreus 9:22). Hoje, os obedientes são purificados pelo sacrifício do Messias, o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado (João 1:29).
Isso não representa uma mudança na Lei de Deus. Jesus não cancelou os mandamentos sobre sacrifícios (Mateus 5:17-19). Em vez disso, quando Deus removeu o Templo, Ele mudou o lugar exterior onde a obediência encontra a purificação. O critério permaneceu o mesmo: Deus perdoa aqueles que o temem e guardam seus mandamentos (Salmos 103:17-18; Eclesiastes 12:13). Ninguém vem ao Messias se o Pai não o trouxer (João 6:37; 6:39; 6:44; 6:65; 17:6), e o Pai só atrai aqueles que honram Sua Lei (Mateus 7:21; 19:17; João 17:6; Lucas 8:21; 11:28).
No antigo Israel, a obediência levava a pessoa ao altar. Hoje, a obediência leva a pessoa ao Messias. A cena exterior mudou, mas não o princípio. Os infiéis em Israel não eram purificados pelos sacrifícios (Isaías 1:11-16), e os infiéis hoje não são purificados pelo sangue de Cristo (Hebreus 10:26-27). Deus sempre exigiu as mesmas duas coisas: obediência à Sua Lei e submissão ao sacrifício que Ele designou.
Desde o princípio, nunca houve um momento em que o sangue de qualquer animal, ou a oferta de qualquer cereal ou farinha, tenha realmente trazido paz entre o pecador e Deus. Esses sacrifícios foram ordenados por Deus, mas não eram a verdadeira fonte da reconciliação. As Escrituras ensinam que é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados (Hebreus 10:4) e que o Messias foi conhecido de antemão antes da fundação do mundo (1 Pedro 1:19-20). Desde o Éden, a paz com Deus sempre veio por meio do Filho perfeito, sem pecado, o Unigênito (João 1:18; 3:16) — Aquele para quem todo sacrifício apontava (João 3:14-15; 3:16). As ofertas físicas eram sinais materiais que permitiam ao ser humano ver, tocar e sentir a gravidade do pecado, e entender em termos terrenos o custo do perdão. Quando Deus removeu o Templo, a realidade espiritual não mudou. O que mudou foi a forma material. A realidade permaneceu exatamente a mesma: é o sacrifício do Filho que traz paz entre o ofensor e o Pai (Isaías 53:5). Os símbolos exteriores cessaram porque Deus decidiu removê-los, mas a realidade interior — a purificação concedida por meio de Seu Filho àqueles que Lhe obedecem — continua inalterada (Hebreus 5:9).
Why God destroyed the Temple
Se a destruição do Templo no ano 70 d.C. tivesse como objetivo “abolir os sacrifícios”, as Escrituras diriam isso. Elas não dizem. Em vez disso, o próprio Jesus explicou o motivo da destruição que viria: juízo.
Ele chorou sobre Jerusalém e disse que a cidade não reconheceu o tempo da sua visitação (Lucas 19:41-44). Ele advertiu que o Templo seria derrubado pedra por pedra (Lucas 21:5-6). Ele declarou que a casa seria deixada deserta por causa da recusa em ouvir os mensageiros de Deus (Mateus 23:37-38). Isso não foi o anúncio de uma nova teologia na qual os sacrifícios se tornam maus. Foi o velho e conhecido padrão de juízo: o mesmo motivo pelo qual o primeiro Templo foi destruído em 586 a.C. (2 Crônicas 36:14-19; Jeremias 7:12-14).
Em outras palavras:
- O Templo caiu por causa do pecado, não porque a Lei de Deus mudou.
- O altar foi removido por causa do juízo, não porque os sacrifícios se tornaram ímpios.
Os mandamentos permaneceram escritos, eternos como sempre (Salmos 119:160; Malaquias 3:6). O que Deus removeu foram os meios pelos quais esses mandamentos podiam ser cumpridos.
The Cross did not authorize a new religion without the Law
A maior parte do que hoje se chama “cristianismo” está construída sobre uma mentira simples: “Porque Jesus morreu, a lei dos sacrifícios, as festas, as leis de pureza, o Templo e o sacerdócio foram abolidos. A cruz os substituiu.”
Mas Jesus nunca disse isso. Os profetas que profetizaram sobre Ele nunca disseram isso. Pelo contrário, Cristo foi claro que os verdadeiros seguidores Dele devem obedecer aos mandamentos de Seu Pai, tal como dados no Antigo Testamento, assim como Seus apóstolos e discípulos obedeciam (Mateus 7:21; 19:17; João 17:6; Lucas 8:21; 11:28).
A cruz não deu a ninguém autoridade para:
- Cancelar as leis do Templo
- Inventar novos rituais, como a ceia de comunhão, para substituir a Páscoa
- Transformar dízimos em salários de pastor
- Substituir o sistema de pureza de Deus por ensinamentos modernos
- Tratar a obediência como opcional e a “graça” como permissão
Nada na morte de Jesus autoriza os homens a reescreverem a Lei de Deus. A cruz apenas confirma que Deus leva o pecado a sério e leva a obediência a sério.
Our posture today: obey what can be obeyed, honor what cannot
A cruz e o Templo se encontram em uma verdade inescapável:
- A Lei de Deus permanece intocada (Mateus 5:17-19; Lucas 16:17).
- O Templo foi removido por Deus (Lucas 21:5-6).
Isso significa que:
- Os mandamentos que ainda podem ser obedecidos precisam ser obedecidos, sem desculpas.
- Os mandamentos que dependem do Templo devem ser honrados como estão escritos, mas não praticados, porque o próprio Deus removeu o altar e o sacerdócio.
Não reconstruímos hoje uma versão humana do sistema sacrificial, porque Deus não restaurou o Templo. Não declaramos as leis sobre sacrifícios abolidas, porque Deus nunca as cancelou.
Permanecemos entre a cruz e o monte do Templo vazio com temor e tremor, sabendo que:
- Jesus é o verdadeiro Cordeiro que purifica aqueles que obedecem ao Pai (João 1:29; 6:44).
- As leis do Templo continuam escritas como estatutos eternos (Salmos 119:160).
- A impossibilidade atual de cumpri-las é resultado do juízo de Deus, não uma permissão para inventarmos substitutos (Lucas 19:41-44; 21:5-6).
The Cross and the Temple together
O caminho certo rejeita os dois extremos:
- Nem “Jesus aboliu os sacrifícios, então a Lei de Deus já não importa”.
- Nem “Devemos reconstruir os sacrifícios agora, do nosso jeito, sem o Templo de Deus”.
Em vez disso:
- Cremos que Jesus é o Cordeiro de Deus, enviado pelo Pai para aqueles que obedecem à Sua Lei (João 1:29; 14:15).
- Aceitamos que Deus removeu o Templo como juízo, não como abolição (Lucas 19:41-44; Mateus 23:37-38).
- Obedecemos a todo mandamento que ainda é fisicamente possível cumprir hoje.
- Honramos os mandamentos dependentes do Templo recusando-nos a substituí-los por rituais humanos.
A cruz não compete com o Templo. A cruz revela o significado por trás do Templo. E, até que Deus restaure o que Ele removeu, nosso dever é claro:
- Obedecer ao que pode ser obedecido.
- Honrar o que não pode.
- Nunca usar a cruz como desculpa para mudar a Lei que Jesus veio cumprir, não destruir (Mateus 5:17-19).
























