Esta página faz parte de uma série que explora as leis de Deus que só podiam ser obedecidas enquanto o Templo estava presente em Jerusalém.
- Apêndice 8a: As Leis de Deus Que Exigem o Templo
- Apêndice 8b: Os Sacrifícios — Por Que Eles Não Podem Ser Obedecidos Hoje
- Apêndice 8c: As Festas Bíblicas — Por Que Nenhuma Delas Pode Ser Obedecida Hoje
- Apêndice 8d: As Leis de Purificação — Por Que Elas Não Podem Ser Obedecidas Sem o Templo (Esta página).
- Apêndice 8e: Dízimos e Primícias — Por Que Eles Não Podem Ser Obedecidos Hoje
- Apêndice 8f: A Santa Ceia — A Última Ceia Foi a Páscoa
- Apêndice 8g: As Leis do Nazireado e dos Votos — Por Que Elas Não Podem Ser Obedecidas Hoje
- Apêndice 8h: Obediência Parciais e Simbólicas Ligadas ao Templo
- Apêndice 8i: A Cruz e o Templo
Purificação — O Que a Lei Realmente Ordenou
As leis de purificação não eram regras gerais de higiene nem costumes culturais. Eram exigências santas que regulavam o acesso ao santuário de Deus. Seja por meio de parto, fluxos do corpo, doenças de pele, contato com mortos, mofo ou impureza menstrual, a Lei estabeleceu procedimentos precisos para que a pessoa fosse restaurada a um estado de pureza ritual.
E cada processo de purificação dependia de elementos que só existiam enquanto o sistema do Templo estava em funcionamento: sacrifícios de animais oferecidos pelos sacerdotes, aspersão de sangue sacrificial, lavagens rituais ligadas ao santuário, inspeção por sacerdotes autorizados, cinzas da novilha vermelha para purificação da contaminação por cadáver e ofertas colocadas sobre o altar ao final do período de purificação. Sem esses elementos, ninguém podia passar da impureza à pureza. Pureza não era um sentimento. Pureza não era simbólica. Pureza era definida por Deus, verificada pelos sacerdotes e concluída no altar (Levítico 12:6-8; 14:1-20; Números 19:1-13).
A Torá não apresenta as leis de purificação como opcionais. Elas eram condições absolutas para participar do culto de Israel. Deus advertiu explicitamente que aproximar-se dEle em impureza traria juízo (Levítico 15:31).
Como Israel Obedeceu a Esses Mandamentos no Passado
Enquanto o Templo existiu, Israel obedeceu a essas leis exatamente como estavam escritas:
- Uma mulher após o parto trazia ofertas ao sacerdote (Levítico 12:6-8).
- Qualquer pessoa curada de doença grave de pele passava por um processo de oito dias, com sacrifícios, inspeção sacerdotal e aplicação de sangue (Levítico 14:1-20).
- Os que tinham fluxos do corpo aguardavam o número de dias ordenado e depois apresentavam ofertas no santuário (Levítico 15:13-15; 15:28-30).
- Quem tocava um cadáver precisava de purificação com a água misturada às cinzas da novilha vermelha, administrada por uma pessoa pura (Números 19:9-10; 19:17-19).
Cada um desses procedimentos tirava Israel de um estado de impureza e o colocava em estado de pureza, para que o povo pudesse se aproximar de Deus na condição que Ele exigia. Pureza não era simbólica nos dias de Moisés, Davi, Ezequias, Josias, Esdras ou Neemias. Era real. Era verificável. E dependia inteiramente do sacerdócio e do altar.
Por Que Esses Mandamentos Não Podem Ser Obedecidos Hoje
Depois da destruição do Templo, todos os componentes necessários para a purificação desapareceram: não há altar, não há sacerdócio da linhagem de Arão, não há sistema sacrificial, não há cinzas da novilha vermelha, não há inspeção feita por sacerdotes consagrados, não há lugar designado por Deus para restaurar a pureza. Sem esses elementos, nenhuma lei de purificação pode ser obedecida hoje. Não porque a Lei tenha mudado, mas porque as condições que o próprio Deus estabeleceu já não existem.
Não é possível concluir a purificação sem apresentar ofertas no santuário (Levítico 12:6-8; 14:10-20). Não é possível reverter a contaminação por cadáver sem as cinzas da novilha vermelha (Números 19:9-13). Não é possível passar da impureza à pureza sem inspeção sacerdotal e sangue sacrificial. A Lei não oferece método alternativo. Nenhum rabino, pastor, mestre ou movimento tem autoridade para inventar um.
O Erro da Purificação Inventada ou Simbólica
Muitos hoje tratam as leis de pureza como se fossem “princípios espirituais”, desconectados do Templo que as definiu. Alguns imaginam que banhos rituais ou lavagens simbólicas podem substituir o que Deus exigiu no altar. Outros afirmam que “fazer o melhor possível” é suficiente, como se Deus aceitasse substitutos humanos no lugar de ofertas sacerdotais.
Mas as Escrituras são inequívocas: Nadabe e Abiú inventaram um fogo ritual, e Deus os julgou (Levítico 10:1-3). Uzias tentou praticar um ato sacerdotal, e Deus o feriu (2 Crônicas 26:16-21). Uzá tocou a Arca santa de um modo que Deus não havia ordenado, e o Senhor o feriu de morte (2 Samuel 6:6-7). Israel se aproximou de Deus em impureza, e Deus rejeitou o culto do povo (Isaías 1:11-15). Pureza não é simbólica. Pureza não é improvisada. A pureza pertence a Deus, e só Deus decide o método.
Pretender “guardar” as leis de purificação sem o Templo não é obediência — é presunção.
A Purificação Aguarda o Templo Que Só Deus Pode Restaurar
A Lei chama repetidas vezes os estatutos de purificação de “estatuto perpétuo” (Levítico 12:7; 16:29; 23:14; 23:21; 23:31; 23:41). Jesus declarou que nem a menor parte da Lei passaria até que o céu e a terra passassem (Mateus 5:17-18). O céu e a terra permanecem. Esses mandamentos permanecem. Mas eles não podem ser obedecidos hoje, porque Deus removeu o altar, o sacerdócio e o sistema que tornava a purificação possível.
Até que Deus restaure o que Ele mesmo suspendeu, nossa postura é de humildade — não de imitação. Reconhecemos a Lei, honramos a sua perfeição e nos recusamos a inventar alternativas. Como Moisés advertiu, não acrescentamos nem tiramos nada dos mandamentos de Deus (Deuteronômio 4:2). Qualquer coisa abaixo disso não é obediência — é desobediência vestida de linguagem religiosa.
























